quarta-feira, 22 de julho de 2015

Aprender pela positiva

Estes dois já me ensinaram! Maravilhoso!


Como é obvio, o Sr. Jonas Pistolas, ainda não sabe que o seu WC não é em casa. Como ainda não está aconselhado a ir à rua pelo Dr., gostaríamos que fosse à varanda. Esta situação revela-se desafiadora para a família.


A Popotinha ralha com o Jonas, e vira-se para mim e diz "Cuidado que ele é pequenino. Não se bate!"

Mas o momento do click para mim, deu-se com um olhar da Pinipon! (Primeiro axioma da sistémica - "Impossível não comunicar!"): Estava a ralhar aproposito de um dejeto no meio da sala, e dei uma palmada ao Jonas. A Pinipon olha-me... "o que foi aquilo??! O que terá feito a minha mãe?!?" Nada confortável, digo-vos!
Pouco tempo depois fez na varanda. Levou uma recompensa e a vez seguinte voltou a fazer na varanda.

Moral da história: andei uma semana a ralhar e nada. Com uma recompensa a aprendizagem foi super rápida.

Fazendo a devida analogia, com os devidos distanciamentos, percebemos que a literatura aponta para processos de aprendizagens mais rápidos com abordagens autoritárias e punitivas. No entanto, a consistência no tempo e possibilidade de ligar conceitos, numa aprendizagem verdadeiramente lógica-dedutiva e verdadeiramente motivadora, verifica-se em abordagens conscientes, pacientes, de reconhecimento e amor.

Na mesma linha, importa referir que a aprendizagem também é mais rápida e empoderada quando a abordagem é pelo que se pretende ensinar e não pelo que não se quer. Por exemplo: "Vai para o chão!" versus "Não vás para o sofá. Vai para o chão!"
Faz lembrar aquelas pessoas que dizem "Eu não quero ficar gorda!"; "Eu não quero aquela parede pintada de vermelho." O cérebro perde muito tempo a perceber e processar a informação do "Não quero", com os seus 'porquês', 'não gostos', desenvolver uma resposta emocional compatível com a ordem, para depois conseguir distanciar-se disso e pensar em alternativas, outros caminhos e o que se quer então. 

Ajudei?!

Ah!! Não pensem que já não faz em casa... :( Ainda não está concluída a aprendizagem!

sábado, 11 de julho de 2015

Um novo ciclo começa!

Viva! 

Claro que partilho! 

Jonas Pistolas entrou hoje nas nossas vidas! 
Faz as delícias da Popotinha e os desafios da Pinipon! 
Dois meses de puro mimo! 

O que terá para nos ensinar!?!

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Tens um Pinóquio lá em casa?!

Pois existe a fase da mentira! Existe? Será que existe mesmo? Pois se calhar existe!
Tu já mentiste?! Para quê?!
Para "salvares a pele"?!
Para teres o que queres?!
Porque não querias passar por totó e óbvio que mentiste assumindo que sabias "aquilo" mesmo não tendo percebido?! Ou ouvido a pergunta?! 
Mentiste porque nem te querias chatear?!

Pois, também os mais pequenos!

E ainda, porque não separam o mundo imaginário do real, ou porque os adultos disseram palavras difíceis e eles tiveram que fazer uma interpretação para aquilo lhe fazer sentido.... tantas coisas!

E o que gostavas que te dissessem ou fizessem para que a mentira não surgisse como uma solução?


Bom eu tive uma revelação hoje! Consegui descobrir mais uma razão para a criança mentir.

A Popotinha de vez em quando mente! Quase sempre, a sua mentira, é uma sugestão de que a melhor amiga, a C., lhe fez mal, ou portou-se mal. O engraçado é que esta situação surge quando não estão juntas, e intensifica-se quando não estão juntas há muito tempo.
Ora, óbvio que percebia a mentira porque era impossível ter acontecido quer no espaço, quer no tempo (devia estar o desafiar o Einstein, não?!)

Hoje fez-se um click! Tinha sempre a conversa com ela no sentido de não ser bonito! Mas hoje... hoje... consegui mudar a lente!

SAUDADES! 
Tão simples! Saudades!
Mas a Popotinha não sabe explicar, ainda tem dificuldades em explicar sentimentos, as coisas são abstractas.

Mais uma vez batemos nas necessidades, não é?! (Podes ler mais aqui)
Devemos reconhecer a necessidade e a dificuldade que a criança pode estar a sentir, devolver-lhe o que lhe está a sentir dando-lhe um nome e tentar colmatar a necessidade.

A Popotinha conheceu melhor a palavra "Saudade" e voltou a estar com a melhor amiga. Como será da próxima vez que sentir "aquilo"? "Aquilo" que ela só soube explicar mentindo?! Estou curiosa! 

Muda a lente e vê o que acontece! :)


sexta-feira, 1 de maio de 2015

Faz a pergunta certa - estratégia #3 para redução do stress

Como tenho vindo a partilhar aqui, o questionamento é uma ferramenta importante num percurso de auto-conhecimento. Dirige-nos e recentra-nos no que, para nós, é essencial!

No entanto, temos muita tendência em questionar "porquês". E pergunto: o que fazes com esta pergunta?

Bom, quando penso naquilo que eu gosto, esta pergunta remete-me para pesquisa e activa-me para uma aprendizagem e uma curiosidade fabulosas. Adoro!

Mas quando me remeto a questões pessoais, do e no passado, de partilha e dos vários papeis que tenho, esta pergunta paralisa-me. 
Como é contigo?

Ouvimos muitas vezes: "Eu hoje sou assim, porque na minha infância....", "Sou assim porque uma vez..."! Ora na verdade nada destas questões, destas respostas à pergunta "Porquê?" nos acrescenta alguma coisa, ou nos indica um caminho. Trás-nos conhecimento e compreensão, o que numa primeira fase é importantíssimo. Passamos a ver uma verdade!

Agora aprecia a magia se fizeres outra pergunta: "Como?"

"Como posso/podemos fazer melhor?"
"Já tentei assim e assim. Não gostei dos resultados. Como posso fazer diferente? O que é que eu ainda não experimentei?"
"Não concordo contigo. Como podemos chegar a um consenso?"


A nossa mente não se permite a ficar com um "porquê" sem resposta. Então começa a divagar.
Se a pusermos a pensar no "como?" focamo-nos na acção e na solução! E podemos ser heróis todos os dias! Acredita no potencial da pergunta. E mais ainda, acredita no potencial das tuas intenções: 
"O que queres? 
Como podes fazer para o conseguir? 
Hoje podes fazer o quê?"


E com o teu filho? Em vez de "Porque não queres arrumar os teus brinquedos?" se tentares "Como podemos arrumar os teus brinquedos? Posso ir buscar a caixa e tu colocas lá dentro, ou vais tu buscar a caixa e coloco eu os brinquedos na caixa?".
Para além de o teu filho se focar na acção, compromete-se com ela, até porque tu também és mais criativa(o), apresentando logo uma solução e uma escolha. A pergunta de "Como?", funciona quase como o teu espaço de respiração, para pensares e comunicares diferente. Como promoves uma escolha em cooperação, também motivas e sentes-te motivado.

Boas perguntas!

sábado, 25 de abril de 2015

O nome que dás às coisas - estratégia #2 para redução do stress

A segunda proposta que te trago é bastante engraçada!

Como já disse no primeiro post deste blog, nada que vos trago é novidade, mas partilho ideias de outros que fazem ressonância em mim, e vão surgindo na minha cabeça em contextos da minha vida quotidiana. 

Cá em casa o que o FM mais diz numa conversa normalíssima é: "Deixa que eu resolvo isso!". Em que contextos?
-"Vais pôr o lixo lá fora?"
-"Olha que quando formos ao supermercado, é preciso comprar detergente para a loiça."
-"O Pinipon já não tem sopa, é preciso fazer."
Ora se a resposta é resolvo, trata-se de um problema, não?!


O truque para baixar níveis de stress desnecessários, passa também pela linguagem.

Sugiro-te que passes a usar as palavras: "situação", "dificuldade", "questão", e não utilizes "problema".
Fecha os olhos, e no exercício de "3 minutos de respiração", está atento a como te sentes quando pensas "Eu tenho um problema!" versus "Eu tenho uma dificuldade/questão/situação"

O que acontece normalmente é que "problema" tem uma carga pesada, demasiado difícil e sentimos desesperança.
"Situação", "exercício", "dificuldade", remete a pessoa para a consciencialização da situação, do que ela nos faz sentir, curiosidade pela questão e pelas soluções, e remete-nos naturalmente e mais facilmente para a acção. Activamos mais facilmente os nossos recursos!
Quando pensamos em "problema", normalmente o pensamento seguinte, e pior ainda, a frase que nos ouvimos dizer é: "Eu não consigo!". Entramos facilmente num ciclo vicioso de infortúnio e desalento. 

Desafio-te a iniciares um ciclo de aventura, desafio, de novidade e noção de competências que tens dentro de ti. 
Compromete-te contigo!!

P.S. - Estava aqui a pensar: Imagina que dizes ao teu filho: 
"_Este exercício de matemática é mesmo um desafio. Vamos ter de pensar juntos." em vez de "Realmente este problema de matemática é difícil." .....

terça-feira, 21 de abril de 2015

"Mãe!! Respila!" - estratégia #1 para redução de stress

A Popotinha várias vezes me recomenda esta técnica!

Ontem ao jantar pediu-me várias vezes para recorrer a ela. Inclusivamente num assertivo comando, a determinada altura da hora da refeição: "Mãe!!! Respila FUNDO!"


Às vezes as birras instalam-se e quer ela quer eu as agarramos como se não as quiséssemos deixar ir embora e estivéssemos a fazer uma competição... poder! Pois, mais vezes ainda precisamos ir à nossa respiração.

Ontem, parei e convidei-a então, para respirar comigo. Fizemos 3 longas e profundas respirações e... a magia reinou!


Esta é uma técnica simples de meditação, que nos ajuda a recentrarmo-nos com os nossos valores e princípios - Mindfulness. Por conseguinte, torna-se fundamental para nos ajudar a fazer escolhas conscientes! São 3 minutos apenas, onde crias espaço! Crias espaço para respirares e para ampliares a tua consciência, a tua presença, o teu estado espirito...


"3 Step/Minute Breathing Space"

1- Pára! Fecha os olhos (ou olha para baixo 1 ou 2 metros à tua frente), senta-te se poderes e torna-te consciente: do teu estado (Como te sentes? Que pensamentos te passam na cabeça? Como está o teu corpo? Que sensações?...)

2- Foca-te agora na tua respiração! De forma muito clara, consciente. (Sente o ar a passar no nariz, a passar na garganta, talvez a entrar nos pulmões, sente o ar a sair...). Regressa à respiração sempre que reparares noutras coisas, sempre que possível.

3- Expande-te! Repara no teu corpo todo, sente os pés no chão, o corpo na cadeira (ou o corpo de pé), repara nas tuas sensações, os sons que estão à tua volta, sente o ambiente...

baseado no curso de 8 semanas MBSR by Karunavira, Universidade de Bangor)

Utiliza, tenta, 3 minutos do teu dia....:
pode ser a lavar os dentes, a tomar banho, a lavar a loiça, pode ser no parque de estacionamento... 

Boas conexões... contigo!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

A minha mestre ensina-me a lidar com o luto!

Todos desejamos uma boa Páscoa! Eu também, claro!
A minha Páscoa foi muito especial.

Convenhamos que Páscoa quer dizer "passagem para novos tempos". É sinal de esperança e não é só para os Católicos. A Páscoa está invadida de significados que vale a pena lhe darmos a devida importância: o ovo - simbolo de vida; o coelho - simbolo de fertilidade; o peixe (comer peixe) - simbolo de vida dos primeiros apóstolos, os pescadores...
Na Sexta-feira enterra-se o que não se quer mais, o que não nos faz falta, depois de uma caminhada de meditação do corpo e da mente e no Domingo renascemos para uma nova vida, uma nova esperança. 


Neste percurso que estava a fazer, tentando perceber tudo isto que representa este período, a minha mestre, ontem à noite pediu uma folha e uma caneta para escrever "um escrevido".

Enquanto escrevia falava o que escrevia:
"O Maley é o nosso cão.
Ele já foi para a minha estelinha.
Tenho xaudades dele!"

A Popotinha vai lidando assim com a perda! Vai falando que ele está na sua estrelinha, fica tãooo feliz quando vê a primeira estrela no céu, ou a mais brilhante. Pede ossos para lhe dar... enfim, mantêm-o vivo no seu coração.

É uma boa técnica de lidar com o luto! Escrever cartas aos "nossos", com aquilo que nos vai na alma, com o que não lhe dissemos e ainda gostávamos de dizer.

Tudo isto começou a ser estudado acima de tudo com doentes terminais. A psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, inicia esta caminhada e percebe que há fases que a pessoa enlutada passa:
1. Negação
2. Raiva/Ira
3. Negociação
4. Depressão
5. Aceitação e adaptação à perda
(em Sobre a morte e o morrer, 1969)

Coloco aqui um vídeo engraçado sobre as fases do luto e que ajuda a perceber! (1 minuto e meio)

Ainda hoje usamos os ensinamentos de Kübler-Ross, mas também temos modelos mais simplistas e direcionados para a tarefa, como os de Humphreys & Zimpfer , 1996, que continuaram o trabalho de Tames, 1977, que propõe 3 tarefas/fases:
1. "Choque"/Entorpecimento
2. "Desorganização"
3. "Organização"

Aprender a viver com as perdas, em bom, faz parte do nosso desenvolvimento pessoal, humano. Faz parte da vida a morte também. Aceitá-la é magico!

"Quando acabamos de fazer tudo o que viemos fazer aqui na Terra, podemos sair de nosso corpo, que aprisiona nossa alma como um casulo aprisiona a futura borboleta. E, na hora certa, podemos deixá-lo para trás, e não sentimos mais dor, nem medo, nem preocupações - estamos livres como uma linda borboleta voltando para casa",  - de uma carta a uma criança com câncer, no livro "A Roda da Vida", Elisabeth Kübler-Ross.