sábado, 25 de abril de 2015

O nome que dás às coisas - estratégia #2 para redução do stress

A segunda proposta que te trago é bastante engraçada!

Como já disse no primeiro post deste blog, nada que vos trago é novidade, mas partilho ideias de outros que fazem ressonância em mim, e vão surgindo na minha cabeça em contextos da minha vida quotidiana. 

Cá em casa o que o FM mais diz numa conversa normalíssima é: "Deixa que eu resolvo isso!". Em que contextos?
-"Vais pôr o lixo lá fora?"
-"Olha que quando formos ao supermercado, é preciso comprar detergente para a loiça."
-"O Pinipon já não tem sopa, é preciso fazer."
Ora se a resposta é resolvo, trata-se de um problema, não?!


O truque para baixar níveis de stress desnecessários, passa também pela linguagem.

Sugiro-te que passes a usar as palavras: "situação", "dificuldade", "questão", e não utilizes "problema".
Fecha os olhos, e no exercício de "3 minutos de respiração", está atento a como te sentes quando pensas "Eu tenho um problema!" versus "Eu tenho uma dificuldade/questão/situação"

O que acontece normalmente é que "problema" tem uma carga pesada, demasiado difícil e sentimos desesperança.
"Situação", "exercício", "dificuldade", remete a pessoa para a consciencialização da situação, do que ela nos faz sentir, curiosidade pela questão e pelas soluções, e remete-nos naturalmente e mais facilmente para a acção. Activamos mais facilmente os nossos recursos!
Quando pensamos em "problema", normalmente o pensamento seguinte, e pior ainda, a frase que nos ouvimos dizer é: "Eu não consigo!". Entramos facilmente num ciclo vicioso de infortúnio e desalento. 

Desafio-te a iniciares um ciclo de aventura, desafio, de novidade e noção de competências que tens dentro de ti. 
Compromete-te contigo!!

P.S. - Estava aqui a pensar: Imagina que dizes ao teu filho: 
"_Este exercício de matemática é mesmo um desafio. Vamos ter de pensar juntos." em vez de "Realmente este problema de matemática é difícil." .....

terça-feira, 21 de abril de 2015

"Mãe!! Respila!" - estratégia #1 para redução de stress

A Popotinha várias vezes me recomenda esta técnica!

Ontem ao jantar pediu-me várias vezes para recorrer a ela. Inclusivamente num assertivo comando, a determinada altura da hora da refeição: "Mãe!!! Respila FUNDO!"


Às vezes as birras instalam-se e quer ela quer eu as agarramos como se não as quiséssemos deixar ir embora e estivéssemos a fazer uma competição... poder! Pois, mais vezes ainda precisamos ir à nossa respiração.

Ontem, parei e convidei-a então, para respirar comigo. Fizemos 3 longas e profundas respirações e... a magia reinou!


Esta é uma técnica simples de meditação, que nos ajuda a recentrarmo-nos com os nossos valores e princípios - Mindfulness. Por conseguinte, torna-se fundamental para nos ajudar a fazer escolhas conscientes! São 3 minutos apenas, onde crias espaço! Crias espaço para respirares e para ampliares a tua consciência, a tua presença, o teu estado espirito...


"3 Step/Minute Breathing Space"

1- Pára! Fecha os olhos (ou olha para baixo 1 ou 2 metros à tua frente), senta-te se poderes e torna-te consciente: do teu estado (Como te sentes? Que pensamentos te passam na cabeça? Como está o teu corpo? Que sensações?...)

2- Foca-te agora na tua respiração! De forma muito clara, consciente. (Sente o ar a passar no nariz, a passar na garganta, talvez a entrar nos pulmões, sente o ar a sair...). Regressa à respiração sempre que reparares noutras coisas, sempre que possível.

3- Expande-te! Repara no teu corpo todo, sente os pés no chão, o corpo na cadeira (ou o corpo de pé), repara nas tuas sensações, os sons que estão à tua volta, sente o ambiente...

baseado no curso de 8 semanas MBSR by Karunavira, Universidade de Bangor)

Utiliza, tenta, 3 minutos do teu dia....:
pode ser a lavar os dentes, a tomar banho, a lavar a loiça, pode ser no parque de estacionamento... 

Boas conexões... contigo!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

A minha mestre ensina-me a lidar com o luto!

Todos desejamos uma boa Páscoa! Eu também, claro!
A minha Páscoa foi muito especial.

Convenhamos que Páscoa quer dizer "passagem para novos tempos". É sinal de esperança e não é só para os Católicos. A Páscoa está invadida de significados que vale a pena lhe darmos a devida importância: o ovo - simbolo de vida; o coelho - simbolo de fertilidade; o peixe (comer peixe) - simbolo de vida dos primeiros apóstolos, os pescadores...
Na Sexta-feira enterra-se o que não se quer mais, o que não nos faz falta, depois de uma caminhada de meditação do corpo e da mente e no Domingo renascemos para uma nova vida, uma nova esperança. 


Neste percurso que estava a fazer, tentando perceber tudo isto que representa este período, a minha mestre, ontem à noite pediu uma folha e uma caneta para escrever "um escrevido".

Enquanto escrevia falava o que escrevia:
"O Maley é o nosso cão.
Ele já foi para a minha estelinha.
Tenho xaudades dele!"

A Popotinha vai lidando assim com a perda! Vai falando que ele está na sua estrelinha, fica tãooo feliz quando vê a primeira estrela no céu, ou a mais brilhante. Pede ossos para lhe dar... enfim, mantêm-o vivo no seu coração.

É uma boa técnica de lidar com o luto! Escrever cartas aos "nossos", com aquilo que nos vai na alma, com o que não lhe dissemos e ainda gostávamos de dizer.

Tudo isto começou a ser estudado acima de tudo com doentes terminais. A psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, inicia esta caminhada e percebe que há fases que a pessoa enlutada passa:
1. Negação
2. Raiva/Ira
3. Negociação
4. Depressão
5. Aceitação e adaptação à perda
(em Sobre a morte e o morrer, 1969)

Coloco aqui um vídeo engraçado sobre as fases do luto e que ajuda a perceber! (1 minuto e meio)

Ainda hoje usamos os ensinamentos de Kübler-Ross, mas também temos modelos mais simplistas e direcionados para a tarefa, como os de Humphreys & Zimpfer , 1996, que continuaram o trabalho de Tames, 1977, que propõe 3 tarefas/fases:
1. "Choque"/Entorpecimento
2. "Desorganização"
3. "Organização"

Aprender a viver com as perdas, em bom, faz parte do nosso desenvolvimento pessoal, humano. Faz parte da vida a morte também. Aceitá-la é magico!

"Quando acabamos de fazer tudo o que viemos fazer aqui na Terra, podemos sair de nosso corpo, que aprisiona nossa alma como um casulo aprisiona a futura borboleta. E, na hora certa, podemos deixá-lo para trás, e não sentimos mais dor, nem medo, nem preocupações - estamos livres como uma linda borboleta voltando para casa",  - de uma carta a uma criança com câncer, no livro "A Roda da Vida", Elisabeth Kübler-Ross.