sábado, 21 de fevereiro de 2015

Devemos dizer mais sim's que não's! Controverso?!?! Nã.. ora lê!

No outro dia, decidi ter um dia só com a minha filha mais velha... hummm! Acho que este post é mais para me redimir!!
Bom, um dia de mulheres, claro que fomos ao shopping! Saí de lá não muito confortável - Passei o tempo todo a castrar a Popotinha!
"Não vás para ai!"
"Não quero que andes tão longe de mim!"
"Não mexas ai, que isso não é teu!"
"Cuidado com isto, cuidado com aquilo." 

Ui, já estava farta... mas no fim percebi que estava farta... de mim! Oh que mãe chata! Que castradora!

Hoje ao jantar estava a comentar com o FM que não ando a lidar bem com a Popotinha! Estou sempre no discurso da consequência/castigo: "Se não queres ver mais o filme, nunca mais te empresto o iPad!", "Se voltas a gritar, não volto a responder-te!", "Se...", "Se...", "Se..."
Ufa!! Comentei também que passei o tempo todo que fui com ela ao shopping a dizer que "não isto, e não aquilo". Quando ele me diz "Mas tem de ser assim às vezes, para ela perceber!", tive uma luz!

Não, não tem!

As crianças aprendem maioritariamente por modelagem e precisam ser claramente orientadas. Dizer "não faças isso" é muito redutor para alguém que está a aprender. "Então como deve ser?" - esta seria a pergunta que deveriam fazer, mas sabemos que as crianças não fazem, e nós, no auge da nossa idiotice, não damos sequer uma pista. Limitamo-nos a mostrar uma cara de chateados e reforçamos um "Já te tinha dito que não te queria a mexer ai. Quantas vezes tenho de te dizer?"

A comunicação pode ser diferente! Devemos orientar a criança, dando-lhe uma mensagem muito clara e verdadeira, mostrando-lhe quem nós somos, o que gostamos ou não, como nos sentimos mais confortáveis ou menos, damos-lhe a conhecer os nossos limites, para a criança perceber as regras, até onde pode ir com a liberdade do outro. Assim, vai percebendo onde é que ela se situa, até onde, como, pois a criança é, acima de tudo, empática. 

Ou seja:
1. diz o que sentes;
2. respeita o espaço dela;
3. pede/diz o que pretendes!

Vamos a exemplos? Vamos!

"Não me sinto muito confortável a ver-te correr nos corredores do shopping. Deixo-te de ver! Anda mais junto a mim!"
"Essa camisola é gira!? Quando terminares de ver, arruma novamente no seu sítio."
"Sabes que não gosto nada de ver os casacos espalhados. Já percebi que agora estas a ver desenhos animados. Quando terminar o episódio, vai pendurar o teu casaco no quarto."
"Já tenho o jantar pronto. Quando terminar as Winx podes vir para a mesa, que eu espero mais um bocadinho por ti."
"Uau! Estou a ver que te divertiste muito aqui na sala. Mas sabes que gosto da sala arrumada, depois de brincares. Fazemos assim, vou deitar a mana enquanto arrumas os teus brinquedos, que eu já venho ajudar-te!"


Se queres que o teu filho "não seja do contra", não esteja sempre a "testar os teus limites"... não passes o dia a dizer-lhe isso mesmo! 

E já agora... Sê indulgente!

P.S. - Óbvio que esta comunicação serve para outras "crianças" ;) 
          Imagina que comunicas assim, de forma tão clara, com o teu par? 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Prevenção de abuso sexual de menores

Tenho tido esta temática na mente e fiz a mesma pergunta que estás a colocar agora: "como é que eu vou falar com o meu filho de três ou quatro anos sobre isto?”. 

Analisando as estatísticas mundiais neste âmbito, temos números alarmantes:

  • 1 em cada 5 crianças é vítima de abuso sexual;
  • mais de 70% são abusos intra-familiares, não necessariamente com laços familiares biológicos, mas pessoas muito próximas da vitima.

Rute Agulhas, psicóloga forense há 17 anos em portugal, no Instituto de Medicina Legal de Lisboa, tem vindo a alertar para esta problemática (em 2003 publica o livro "Amor Baldio-uma Estória de Abuso Sexual Infantil", e agora, em parceria com Alexandra Anciães, também psicóloga forense, publicam o livro "Casos Práticos em Psicologia Forense", com o objectivo de dar maior visibilidade à forma como a investigação cientifica pode e deve estar subjacente aos processos de avaliação psicológica forense.)



Rute Agulhas diz-nos que em Portugal não se faz prevenção dos abusos sexuais de menores, ao contrário do que acontece noutros países, nem há um programa específico para tratar jovens agressores sexuais, o que se torna imperativo quando as estatísticas mostram que metade dos abusadores adultos começaram na adolescência. 

"A partir dos três ou quatro anos, os pais devem começar a advertir os filhos contra os riscos de virem a ser abusados, sem ser necessário falar sobre “masturbação ou penetração'", diz Rute Agulhas na entrevista à Rádio Renascença de 14/02/2015.

Então vamos lá sugerir uma forma de falar com os nossos filhos/educandos sobre estas questões: 

“Temos que falar sobre outro tipo de questões. Temos que ensinar às crianças o que é o corpo, quais são os direitos sobre o corpo, de quem é aquele corpo, quem pode mexer, quem não pode mexer, como é que pode mexer”, exemplifica Rute Agulhas.

Sugiro-te o livro "Kiko e a mão" para leres com o teu filho, e antes disso lê estas recomendações. 
Repara que não precisas de te sentar com o teu filho e dizeres "Agora vamos ter uma conversa séria!". Aproveita momentos de brincadeira ou os mais normais do vosso dia a dia: a tomar banho, numa conversa ao jantar, e coisas de 5 minutos chegam. 


Atenção ainda, aos "não's" que dizes ao teu filho! - És congruente ou coerente???
Às vezes dizemos e pensamos "se é 'não', é 'não' até ao fim". Mas às vezes não é bem assim. Há excepções, e saborosas excepções. Tudo depende das tuas intenções.
Se a minha filha for convencida a perder a virgindade com o namorado, quando adolescente, ela dirá "sim". Combinam e tal. Mas... e se ela não se sentir preparada..?!?! Espero que ela não leve a sério a regra COERENTE que "se é 'sim', é 'sim' até ao fim" e saiba ser CONGRUENTE com aquilo que sente, e volte atrás e saiba dizer "não, não me sinto ainda preparada"!

Pois é! Começa tudo na educação que lhe queremos dar!
Que saibamos respeitar sempre as nossas intenções!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Elogios?! Dou só q.b....

Há coisas que sabemos, mas mesmo assim fazemos asneiras!

A Popotinha fazia desenhos e eu elogiava! Sabem qual foi o resultado?! Passou a não desenhar!

Vamos lá ver se vos sei explicar!

O elogio em si, não faz a diferença! Antes pelo contrário. A criança percebe que está a ser julgada, pois existe o seu oposto: 
"Que desenho tão lindo!" vr "Que desenho tão feio!". - Que sentimento inseguro!
"Foste tão linda a subir as escadas sozinha!", 
"És tão linda quando comes a sopa toda!", "Gosto tanto de ti quando te portas bem!" ("O meu pai pode gostar menos de mim???????")

Mas é importante elogiar!? Claro que sim! Mas o esforço! E é ainda mais importante RECONHECER! Aliás, é uma excelente ferramenta para evitar birras!!

No dicionário já dá para perceber a enorme diferença:
    Significado de Elogio
       s.m. Discurso em louvor de alguém: elogio académico.
       Louvor: fazer elogios a alguém.
    Significado de Reconhecimento
       s.m. Ato ou efeito de reconhecer: reconhecimento de um direito.
       Lembrança de um benefício, gratidão por ele: testemunhar reconhecimento.

O elogio vai directo ao Ego, estimulamos a auto-confiança da criança. O reconhecimento permite-nos trabalhar a auto-estima da criança.
Por exemplo: "Tu jogas mal à bola Filipa! Parece que a bola é quadrada para ti." Isto é o contrário do elogio. Eu sei que jogo mal à bola, mas não abala a minha auto-estima. Eu perceber que não consigo fazer uma actividade. Gosto de mim à mesma, independente das minhas conquistas ou comportamentos.

É importante que a criança perceba o "porquê" e o "como", consiga perceber a evolução dos seus feitos, das suas conquistas. É importante que entre em empatia e que perceba que sentimentos lhe transmite. É importante, ainda, que te mostres interessado, falando na primeira pessoa e descrevendo o que reparaste. Ah e repara nos pormenores!

Vamos a exemplos? Bora lá:

"Obrigada por teres arrumado a tua roupa. Assim deu-me tempo para ir dar banho à mana antes de jantar."
"A semana passada o papa ajudou-te a subir as escadas do escorrega. Hoje já conseguiste sozinha. Olha para trás e vê o que subiste."
"Neste desenho que fizeste reparei que colocaste o papa a sorrir. E aqui fizeste muitos círculos. O que significam?"
"Reparei que fizeste estes legos para fazeres uma fortaleza para as tuas bonecas! E agora o que vais fazer"~
"Enquanto me ajudavas a estender a roupa, reparei que me davas as molas amarelas primeiro, depois deste-me as azuis e por fim as vermelhas. Já percebi que sabes as cores e ainda me ajudaste imenso. Conheces mais cores?"
"Hoje vi-te jogar. Parece que te estavas a divertir tanto... :)"
"Hoje vestiste-te sozinha! Senti-me feliz porque tu percebeste que consegues e ajudou-me muito de manhã, que estava atrasada. Obrigada"

Incentiva o teu filho a falar, em vez de terminares a conversa com um elogio. 

Dares incentivos não verbais também é óptimo: um sorriso quando o teu filho está a estudar; uma festinha quando está a ler...

Hum... percebes a diferença?!

Eu também gosto que o meu marido me reconheça: "Conseguiste fazer o jantar enquanto eu tratei das miúdas. Agora temos tempo de vir aqui para o sofá namorar!" versus "Fizeste um bom um bom jantar. (Já nem me consigo levantar! Trata tu das miúdas!- pensa ele)"

Boas conexões!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Foram 7 anos do caraças!

Este post andava para sair... mas nenhum momento foi mais adequado e pertinente que hoje, aqui e agora.
Lia, relia, e procurava imagens que valessem mais que mil palavras... no final eu tinha essa imagem!

Ontem escrevi isto:

"Hoje fazias 7 anos! Sucumbiste ao pé de nós! Até nisso foste grande!
Entraste na nossa vida para seres o meu Mestre! Que saiba viver segundo os teus valores e mantras "Está sempre tudo bem! E viver é muita giro!" Que saiba aceitar como tu aceitaste e saiba ser fiel e humilde como me ensinaste a ser!
Obrigada amigo... Obrigada por teres feito parte!
A minha vénia e homenagem!
"Somos feitos do mesmo pó das estrelas!" (Carl Sagan)
""

Ontem a minha vida ficou mais pobre. Mas não me consigo agarrar ao sofrimento da perda. Dou por mim com um sorriso... Foram 7 anos do caraças!!! Estou tão grata porque ele escolheu melhorar a minha vida, mostrar-me o caminho... Ver os seus olhos de alegria porque estava presente, porque existia em nós... Simples! Visto deste prisma, então a minha vida não ficou mais pobre. Os paradoxos que adoro! 
Eu sou mais rica porque tu escolheste o meu chão para plantares e desabrochares amor, amizade, tranquilidade, respeito, honestidade, tolerância! Sabias que eu conseguia!

Às vezes a vida é dura, ficamos de rastos, com um murro no estômago... claro que sim! 
E se conseguirmos ver isto de outra maneira?! Claro que sim!

Toda e qualquer tradição espiritual tem por base e por prática GRATIDÃO! Não apenas por um beneficio inequívoco espiritual ou ético, mas porque realmente faz as pessoas mais felizes.
Veja a palestra do irmão David Steindl-Rast: "É a gratidão que nos torna felizes, não o facto de sermos felizes que nos torna gratos."

O estado de gratidão é muito similar ao do amor. Do ponto de vista cientifico, os cientistas dizem que ele faz com que o coração bate a um ritmo mais "coerente".
Quando sentimos gratidão, o nosso cérebro entra num outro comprimento de onda e retira-nos a sensação habitual de insatisfação, de que não é suficiente. Quando inundamos a corpo de sentimentos bons, a química deste muda e entramos na roleta, na montanha russa de nos sentirmos bem. Margot Sanderland, refere-nos isso, baseadas em bastante estudo neurológicos, onde se comprova quais as áreas do cérebro activas quando experiência-mos sentimentos bons ou maus, de medo e insegurança. 
Para alterarmos a percepção do cérebro reptilialino, e mantermos o nosso cérebro a "trabalhar em bom", pensamos positivo, em mantras de vida, de momentos, de respiração, somos gratos, e devemos ainda ter associados uma imagem/sensação (todos os nossos sentidos, para nos mantermos alerta). E tanto bate a água na pedra até que fura!

E é este o segredo, de mudar um mau dia para um Bom Dia!
Pensa em 10 coisas pelas quais esteja grato. Imagina-as!
A qualquer momento do do teu dia, e da forma que te convir, usa esta técnica e... respira!
Antes de adormecer lembra-te de pelo menos 3 coisas que és grata. Esta funciona muito bem naqueles dias em que nos aborrecemos de mais da conta com o nosso filho, e é mesmo simpático encontrar 3 coisas pelas quais somos gratos e apreciamos nele.

"Se a única oração que fizeste em toda a tua vida foi 'obrigado', já é suficiente."Mestre Eckhart (1260-1328)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Outra vez o mesmo..?!?!


Outra vez mais do mesmo. Afinal li e reli e fiz as intenções e volta sempre ao mesmo: gostava de gritar menos, ter mais paciência, blá blá blá...

Hummm!!! No meu ver: continuas altamente consciente, estiveste atento às dificuldades porque estavas realmente comprometido e... humm... Ah! Claro, não és perfeito! 
Imagino que estás na direcção certa!

Boa notícia: não tens de ser perfeito e... ESTÁ TUDO BEM!!! As crianças (e os adultos) não precisam de pais perfeitos. O que precisam é de pais que as aceitam na sua (igual) imperfeição (o poder desta frase!!!!), modelos de compaixão e respeito, que pedem desculpa e reconectam.
As soluções para desobediência, falta de respeito, preguiça, teimosia não se encontram em mais regras, mais castigos ou mais lições de moral. As soluções encontram-se dentro da relação que tens com o teu filho.


Então, precisas conectar! E regular as tuas próprias emoções. Facilmente se desconecta! Quando isto acontece, quando já estás em raiva, já activaste o cérebro reptiliano e responderás de forma desajustada, em fuga, em ataque ou paralisando.

As resoluções para serem conseguidas, enquanto pai/mãe consciente e com apego requerem um trabalho de uma vida. Não tens de ser bom já este ano, nem para o ano... 

Vejamos o plano que fizeste, neste pano de fundo:

1. Regula-te e mima-te: boa alimentação, dormir bem, meditar, aprender a respirar como ferramenta de meditação, transformar os pensamentos intrusivos e negativos em insentivos e abrandar o ritmo.
Quando estas desregulado, o teu filho ou outra pessoa qualquer parece-te o inimigo. 
Retira-te do sítio onde estar, vai à casa de banho, tanto faz, e faz uma coisa que mais ninguém pode fazer por ti: RESPIRA!
Depois.... estás preparado/a para qualquer coisa.

2. Reconhece o amor que sentes por ti e pelo teu filho. Ele é único! Ele espera que o reconheças e respeites TAL & QUAL ELE É. Curiosamente as crianças que dizem que se sentem amadas (as mais amadas) são também aquelas que cooperam mais. Faz-lhe sentido seguirem a liderança de quem lhes mostra amor. 
O teu filho é desafiante? Aproveita cada desafio para demonstrares que o amas, tal como ele é, que tens limites (sim, tu! Como achas que ele aprende?), conectas e poderás RE-direccionar o comportamento.

3. Conecta! Repara, isto é o mais importante, para o teu filho te escolher como lider e coopere contigo. Não é uma questão de obediência. Se o mais importante é a conexão, não estamos a falar de tempo de qualidade, de tempo estruturado, mas sim a forma como olhas e vês o teu filho.
De manhã abraça-o, quando chega da escola "Gosto de ti e estou aqui!", "Enquanto faço o jantar, contas-me como correu o teu dia. Estou muito interessada em saber"; "Hoje vou deitar-me contigo porque também quero contar-te o meu dia." Escuta o teu filho!

4. Pretendes que o teu filho te respeite? E aos outros? Fala-lhe com respeito.
Se queres que ele aprenda a regular as suas emoções, mostra-lhe como fazes para regular as tuas.
Modelagem é a forma de aprendizagem básica das crianças.

5. Lembra-te de uma coisa. A forma de comunicar da criança é ainda limitada. Um mau comportamento do teu filho será a forma dele transmitir que alguma das suas necessidades não está colmatada e que ele não sabe reagir, nem gerir grande emoções. Ajuda-o a entender!
É importantíssimo que nesta fase, aproveites para lhe aumentares o léxico dos teus sentimentos para eles começarem a conseguir exprimir-se como alternativa ao baterem: "Já percebi que estás mesmo chateado e com raiva, mas não vou deixar que bates no teu irmão! Agora vais dier ao teu irmão como te sentes.", "Não gosto que jogues à bola dentro de casa, que tenho receio que partas alguma coisa. Podes ir jogar lá para fora." É muito importante que lhe devolvas o teu limite também.

Lembra-te de vários pressupostos:


  • Não há famílias perfeitas. Logo não há pais perfeitos. Logo não há filhos perfeitos.



  • Parentalidade positiva, com apego e consciente não é um destino, é uma viagem!


Até quando fica bem desejar "Bom Ano"?

Como já me ouviram dizer por ai "Atrasada,é a história da minha vida", já na 33ª Edição. A verdade é que ando com mil e um post na cabeça e nada de escrever. E as desculpas invadem-me e tentam (só tentam) apaziguar-me, mas... são desculpas!

Bom, mas eis um post que surge do rescaldo da passagem de ano, onde fazemos, por norma, as nossas resoluções de Ano Novo e Vida Nova! (Sorrio sempre aqui, neste pensamento que me agarra no fim de ano! Consola-me, motiva-me... e depois vagueio em pensamentos "Mas eu acordo igual no outro dia", "A vida é a mesma. Foi a que eu escolhi.") Pensamentos chatos, porque eu gosto mesmo é da ideia que estou predisposta a fazer algo mais e melhor!! Ponto.
Podes ler aqui uma proposta de como fazer umas resoluções simpáticas para ti! 

As pesquisas daquelas revistas e afins que falam de pais e bebes e crianças dizem-nos que o que está no top das resoluções dos pais para o ano vindouro são questões como:
-Vou ser mais paciente!
-Não vou gritar!
-Não vou dizer logo "Não"!

Quais foram as tuas?
E agora a 02 de Fevereiro? Já quebraste alguma das resoluções?

Pufff....

Vamos desmanchar isto e perceber o que fazer então!

Curiosamente as resoluções de Ano Novo surgem-nos na nossa mente num acto de plena consciência. Normalmente relacionam-se com o outro (filho/a, marido ou marida, namorada/o, mãe, pai, irmão/ã, amigo, colega de trabalho...), mas dizem quase sempre respeito a nós. Repara nas resoluções que coloquei como exemplo... São feitas no "EU", "Eu" é que devo fazer algo. O que, por si só, representa uma proposta para um desenvolvimento pessoal que não deves descurar. E é igualmente por isso, que são tão difíceis de manter.
Por outro lado, e olhando para isto de uma forma bastante simples (por que raio havia de ser complicado?!?!?), tu (e eu) pedimos desejos, qual varinha mágica ou lâmpada de Aladino para nos ajudaram.


Então agora, passo-a-passo!
Para realizar uma tarefa podemos dividi-la em partes mais pequenas e apoiamo-nos... sim, a nós!... para quando formos contra a parede, conseguirmos vir para trás (nem que seja pela força do embate), mas sabermos olhar para a parede, para o caminho e para o lado... afinal estava lá a porta... que não vimos. Rever o plano!

Ah! E há ainda uma outra coisa. Nós não revelamos o desejo! Pois claro, é um desejo, ninguém tem nada a ver com isso, e ainda por cima se falha, e se eu não consigo?!?! Pois claro, fica só para mim, o segredo... mais ainda se não conseguir! 
ERRO! Sem compromisso público, o desejo é um fiasco.

Vamos tratar disto à séria, com o compromisso e respeito necessários. A intenção e a magia simbólica do Ano Novo dão-nos a energia para arrancar com este plano!

1. Escolhe SÓ uma resolução/objectivo. Muita coisa é stressante, e começas a sentir que não és capaz. A frustração inundar-te-à. Escolhes uma e as restantes colocas de reserva/próximas metas (daqui a 3 meses), para ires treinando quando te lembrares e quando sentires que a 1ª está estável.
(Atenção há construção na negativa e às temporalidades dos "sempre", "nunca mais", "não"... Não escolhas já uma limitação.)
Percebes que isto não é estanque e quando ganhares confiança para a 1ª resolução, terás energia intrínseca para iniciares os outros objectivos. 

2. Reiterando o que disse atrás - tens de te apoiar! Equilibra a stress da tua vida (todos nós temos, o bom stress, permite-nos funcionar, fazer e acontecer), dorme, come, hidrata-te, observa as tuas necessidades e colmata-as.
A intenção só te leva até aqui. Agora tens de lidar com as necessidades e sentimentos que geram comportamento.
E não te esqueças de ir olhando os teus resultados! Eles existem!

3. Em plano: O que vais mesmo fazer para conseguir concretizar a tua intenção/resolução?
"Não quero gritar mais!" - Esta resolução é muito difícil. Começa na negativa, e é taxativa. Mas e se colocares um plano para ti na porta do frigorífico com os dias da semana e preenches esse calendário com o teu filho. Ele ajuda-te! Para além de criares empatia e demonstrares como se pode fazer, reconhece o esforço! O teu esforço!

4. Agora está na hora do compromisso! Escreve, vem a publico, diz à tua família, amiga... deixa agora o universo ter também o seu papel! Ele ou eles ajudar-te-ão a melhorar a tua intenção. De vez enquanto revém contigo e reposicionam-te.
Podes ainda colocar a tua intenção no bolso...literalmente... ou não. Há técnicas que utilizam um jogo simbólico. Por exemplo: arranja uma pedra, bastante lisa e ligeiramente côncava. De cada vez que precisares de te conectares com a tua intenção, mete a mão no bolso e mexe na pedra. Sabe tão bem!

5. Vamos aprimorar! Já que tu és o chef do teu plano, coloca-lhe requinte e pimenta. 
"O que realmente queres com este desejo/intenção?", "O que será diferente quando conseguires?",  "Como será, então, a tua vida?" - Vai-te motivando!

6. No seguimento do ponto 2... Se atribuires a mesma tarefa todas os dias e a fores avaliando, então comprometes-te contigo e podes: "levantares-te 10 minutos mais cedo que o habitual e fazeres meditação", ou "ires para a cama 30 minutos mais cedo, para descansares mais..." Enfim: apoia-te e mima-te!

7. Reitera e Repete
Um hábito só será um hábito se repetido e interiorizado no nosso quotidiano. Portanto, a tua intenção terá de ser repetida vezes sem conta até fazer parte da tua pele! Usa-a!

8. E há dias em que estragas tudo... 
Não queres gritar com o teu filho, mas apercebeste que gritas na hora de ir deitar. Hummm! Repensa a hora de deitar!
Há resoluções que levam a outras, e afinal não tens de olhar para isso como "Estraguei tudo e não estou a conseguir.", mas num olhar diferente, sistémico, descobres outra coisa.

Demora tempo e é difícil... depende de como olhas e para onde olhas!
Às vezes, o impossível só demora um pouco mais!

Já agora... Bom Ano Novo!