domingo, 16 de agosto de 2015

Quem precisa de time-out somos nós!

Ontem, enquanto praguejava babuseiras, cá em casa, aproposito do Sr. Jonas Pistolas fazer as necessidades na sua zona de conforto (que só por mero acaso TAMBÉM É A NOSSA) a Popotinha veio chamar-me a atenção que fui incorrecta e dura e que da próxima vez tinha de ir ter um "chá de cadeira"!
Parei! ... Sorri! E assumi:
"-Tens razão! Enquanto tivesse na cadeira fico a fazer o quê?"
"-Olha, ficas a pensale, quelalo!!"
"-O que devo pensar, Popotinha?"
"-Olha, metes o dedo aqui (coloca o indicador no queixo) e ficas lá!"

Repara, a Popotinha não sabe o que fazer!
Quando dizemos às crianças que "Vão para a cadeira" temos de ter noção que elas não sabem pensar... sozinhas! Elas são seres humanos que vivem no auge das suas emoções, mas ainda não lhe sabem dar nomes. Então a criança percebe que tu estás zangado e que não gostaste do que ela acabou de fazer. Mas sente que não gostas dela, não do comportamento que ela fez. 
Repara no que dizes: "Já te disse que não se morde nos teus amigos!", "Não se empurra!", "Quantas vezes tenho de te chamar?!" - dizes tudo o que não é para fazer. Está na altura de dizeres o que é para fazer!
Repara, antes dos 7 anos, não existe pensamento abstracto! Tudo é concreto, imediato, causa efeito e sentido na pele. 

Acompanha, então, a criança, no seu pensamento, no seu sentimento, nas suas fragilidades e conexões maravilhosas acontecem no córtex frontal (responsável pelo discernimento do bem e do mal, das escolhas, de tempo...) e contigo!

Às vezes, o peso da nossa historia e tradição fala mais forte. Eu sei! Sou como tu! Por isso, quando estou claramente a perder os meus limites...:
"Vai já para o teu quarto... que eu já lá vou ter!"
Retiras a criança do sitio da birra, tens tu o teu time-out, respiras, e transformas um momento de descontrolo numa verdadeira conexão - time-in!


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